VÍDEO: réu do caso Kiss vai até Centro de Convenções mesmo com júri suspenso

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Apesar de ter o julgamento suspenso, o réu do Caso Kiss Luciano Augusto Bonilha Leão foi até o Centro de Convenções da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Desde às 9h, ele protesta contra a suspensão do júri e defende que seu julgamento aconteça na cidade da tragédia. Sua projeção é "ficar ali sentado" até pelo menos meio dia.

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Bonilha entende que o fato de ter ido até o campus na segunda-feira não faria o júri acontecer, mas, para ele, é um "protesto de uma vítima". O réu alega ter ido até o campus para pedir a realização do júri. O principal descontentamento é com o Ministério Público ter pedido a suspensão em uma data tão próxima. 

 - É um protesto de uma vítima, de um cara que estava trabalhando. Está tudo pronto, por que não pode acontecer? O MP, um órgão acusador, em menos de três dias, simplesmente cancelar um júri? Isso aí não existe. Está cada vez mais comprovado que o que eles têm contra mim não é nada. Onde que eu tenho participação nesta tragédia? - questiona. 

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O desaforamento de Bonilha será julgado na próxima quarta-feira e foi a justificativa do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) para a suspensão do júri que seria nesta segunda. Bonilha prefere ser julgado em Santa Maria, mas a prioridade é que seja simplesmente julgado logo. Os outros três réus tiveram pedidos de desaforamento atendidos para serem julgados em Porto Alegre, ainda sem data definida.

- Deixo para os advogados, mas eu acho que tem que ser aqui. Se eu tiver que ser julgado em outra parte, o que eu vou fazer? Não tem o que fazer. Só que é muito estranho - comenta sobre a possibilidade ter seu desaforamento aprovado.

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Bonilha acredita que o possível pedido de nulidade caso os julgamentos aconteçam separadamente não é um argumento consistente. Segundo o réu, o assunto só foi tocado quando a data do júri se aproximou.

- A nulidade só apareceu agora. São sete anos que não existiu isso, faltando quatro dias apareceu. Eu pergunto: o que eu tenho para falar contra o Kiko? Contra o Mauro? Eles são responsáveis pelas partes deles. Eu não tenho nada que ver com eles. O que a banda tem que ver com o Kiko e o Mauro? - argumenta.

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Entretanto, ao ser questionado sobre a relação dos réus e os acontecimentos no dia da tragédia na boate, Bonilha explica que não há problema em ocorrer o julgamento com os quatro réus em Santa Maria.

- Em nenhum momento, eu disse que queria ser julgado sozinho. Só que eu acho que o julgamento tem que ser em Santa Maria - fala.

NA JUSTIÇA
O julgamento de Luciano Augusto Bonilha Leão era o único com data marcada e seria nesta segunda-feira, 16 de março. Na quinta-feira, o Ministério Público entrou com uma liminar pedindo a suspensão do julgamento. No mesmo dia, o STJ atendeu o pedido e suspendeu o júri até o julgamento do desaforamento de Bonilha, previsto para a próxima quarta-feira. A suspensão é lamentada pela defesa de Bonilha. Para a Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), contudo, a suspensão foi em momento sensato, já que é desejo da AVTSM que todos os quatro réus sejam julgados juntos. A defesa de Bonilha chegou a recorrer, mas o recurso foi negado pelo STJ. Após nova negativa, a defesa ainda recorreu no Supremo Tribunal Federal.

*Colaborou Leonardo Catto